sábado, 4 de fevereiro de 2012

Situações de crise


Nossa vida é cheia de descontinuidades. Por mais que saibamos algo dos nossos rumos, há muitas variações em nossos ciclos e tempos. Algumas são previsíveis, outras trazem surpresas e desafios. Crises são esses períodos incertos, como um vendaval repentino, que arranca o telhado protetor do nosso cotidiano, destruindo certezas e planos, mostrando que a vida não está em nossas mãos. São situações que exigem do ser humano um imenso esforço e o improviso de novos ajustes para a construção de novas maneiras de viver. Nem sempre a solução é fácil e na maioria das vezes não há saída sem perda. Geralmente perdas significam dor e sofrimento. Quando a dor ultrapassa nossa capacidade de suportar, a crise exige tempo e espaço para silenciar, através de um luto a ser vivido e elaborado.

A percepção positiva em relação à capacidade de lidar com as crises é construída desde cedo. A base para que uma pessoa desfrute de sua capacidade de enfrentamento está no que foi plantado na infância. A vida é construída por meio do desamparo, amparo, rupturas e descontinuidades que possibilitam sua continuidade, ou seja, um ciclo se fecha para que outro possa iniciar um novo processo. Há diferentes tipos de crise e dependendo do nosso momento de vida, nossa percepção pode amenizar ou intensificar os sintomas decorrentes deste processo. Um desemprego, um acidente, uma separação e uma doença são situações de crise, que fazem parte da vida do ser humano. As transições do ciclo de vida, tais como adolescência, casamento, gestação e velhice também são situações que provocam crises e na maioria das vezes, interfere na estrutura e dinâmica familiar. São as chamadas crises naturais, sendo estas inerentes ao processo de nascer e crescer. Temos um impulso natural em direção ao crescimento, mas os caminhos que este impulso enfrenta são cheios de surpresas. O processo de amadurecimento exige estas experiências de crises, pois é com ela que aprendemos a tolerar as frustrações e nos tornamos mais fortalecidos e amadurecidos do ponto de vista emocional. As crises desperta-nos tornando-nos mais reflexivos e conscientes de nossas debilidades.

A psicoterapia de apoio é uma intervenção utilizada em situações de crise, que auxilia o paciente na mudança de comportamento e no alívio dos sintomas. O terapeuta  ajuda o paciente a identificar recursos internos e externos para enfrentamento da crise,  tomar decisões, seguir atividades e estabelecer relacionamentos mais positivos consigo e com o outro.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TPM: o alerta para mudanças

A tensão pré-menstrual (TPM) é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual podendo ser tão severos ao ponto de interferir  significativamente na vida da mulher. Os sintomas  surgem de 3 a 10 dias antes do inicio do período menstrual, sendo os mais comuns:  depressão, pensamentos auto-depreciativos, ansiedade, tensão, aumento dos conflitos interpessoais, tristeza repentina, sentimentos de rejeição,  irritabilidade, dificuldades de concentração, cansaço, alteração do apetite, vontade de comer doces, distúrbios do sono, dores de cabeça, dores musculares,  retenção de líquido, entre outros. É importante salientar que os sintomas variam de mulher para mulher e de ciclo para ciclo em relação à presença e intensidade. Os sintomas aparecem com mais intensidade a partir dos 30 anos e as alterações hormonais acompanham toda a idade fértil da mulher.

As alterações emocionais ocorrem, mas os fatores de risco são determinantes para a intensidade dos sintomas, por esta razão, algumas mulheres nem se dão conta que estão na TPM, pois o mal estar e o desconforto físico e emocional são mínimos. Entre os diferentes fatores de risco, destacam-se:
·        História pregressa e atual de distúrbios de humor e ansiedade;
·        Excesso de peso;
·        Má alimentação;
·        Abuso de álcool e outras drogas;
·        Excesso de café ( a cafeína estimula a ansiedade );
·        Ausência de exercícios físicos e vida sedentária;
·        Conflito envolvendo a vida afetiva ( namorado, noivo, marido);
·        Insatisfação na vida profissional;
·        Baixa auto estima e insatisfação consigo;
·        Vida social deficiente ( incluindo pouco lazer );
·        Estresse, sobrecarga e preocupações no dia a dia;
Entre as causas que originam a TPM, estão as alterações hormonais que afetam o sistema nervoso central devido ao desequilíbrio neuroquímico ( queda da serotonina, responsável pela sensação de prazer e bem estar ).  Alguns estudos mostram que, em torno de 80% das mulheres em geral apresentam algum tipo de alteração no período pré-menstrual e em 52% delas os sintomas interferem drasticamente no humor, no comportamento, no organismo e na vida familiar e profissional. Os estudos também apontam que o maior índice de violência entre as mulheres está intimamente relacionado ao período pré-Menstrual.  Em virtude do aumento da sensibilidade e da baixa tolerância às frustrações, os conflitos que se acomodam de alguma forma ao longo do mês, neste período tornam-se salientes, sofrendo as críticas e os desconfortos anteriormente manejados, atingindo intensamente a mulher. As reações são coerentes à intensidade dos sentimentos que supervalorizam as situações as tornando catastróficas de acordo com a percepção da mulher.  Em outras palavras, o suportável se torna insuportável na TPM, que serve como um alerta para o que não está bem e deve ser ajustado no contexto de vida . A TPM, portanto, sinaliza as fontes geradoras de estresse, frustrações e ansiedade as quais a mulher não se dá conta ou tenta negar  quando não está neste período. Embora seja um processo que sempre esteve presente na fisiologia da mulher, atualmente a TPM é reconhecida inclusive no DSM V ( Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ). Este reconhecimento e esta ênfase da atualidade, são explicados pelos inúmeros estudos realizados e ainda pelo papel da mulher moderna, responsável pela intensidade dos sintomas que antigamente eram amenizados ou mascarados por condutas passivas e menos atribuições, preocupações e responsabilidades. Não que a mulher não dê conta de tantas questões, o que se pretende deixar claro é que existe uma alteração hormonal e neuroquímica na TPM e demandas deste tipo, intensificam os sintomas. 
Atualmente, muitas mulheres são praticamente responsáveis pela casa, trabalho, sustento, criação e educação de seus filhos, sem alugém para contar, além de si mesmas. Não há como dar conta de importantes questões de peso significativo no contexto de vida, sem a presença dos fatores de risco para a TPM, ou seja, preocupação, ansiedade e estresse.
Se existem tratamentos para a TPM? Sim, existem tratamentos e condutas que contribuem de forma positiva para o alívio dos sintomas, tais como: exercícios, alimentação, vitaminas e antidepressivos. Os sintomas são amenizados, mas a origem permanece mascarada, portanto, é preciso tratar as causas, ou seja, as fontes de estresse, ansiedade e frustrações, caso contrário, outro meio será encontrado para a descarga dos conflitos não resolvidos.
A consciência deste turbilhão de alterações emocionais é uma ferramenta importante que serve como estratégia de enfrentamento, pois no momento que a mulher reconhece estar na TPM, é possível certo autocontrole a nível emocional e comportamental, bem como a investigação do que está por trás dos sintomas. A TPM, então, como sintoma existe na vida da mulher para que ela desperte para suas dificuldades, conflitos e atitudes perante sua pessoa e sua própria vida.




 

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Separação Conjugal


A separação conjugal  pode ser definida como uma crise que ocorre dentro do ciclo de vida familiar e que desafia a visão de vida básica de como devemos viver a vida . Corresponde a uma interrupção do tradicional ciclo, capaz de produzir desequilíbrio e sofrimento significativo na família,  em virtude da aquisição de novos papéis,  mudanças e perdas decorrentes do processo que exigem um luto a ser elaborado. Trata-se de uma transição que compreende tarefas emocionais  que precisam ser elaboradas e completadas para a superação, favorecendo desta forma que o individuo possa prosseguir em seu desenvolvimento. Como em outras etapas da vida, as questões emocionais não resolvidas nesta fase, continuarão como obstáculos em relacionamentos futuros. Contudo, o trauma da separação conjugal, uma vez enfrentado e manejado, é capaz de proporcionar novos espaços afetivos e produzir transformações positivas através de reestruturações e amadurecimento. Em virtude  das perdas conseqüentes, a capacidade de enfrentamento torna-se diminuída e muitas vezes a pessoa envolvida não consegue pensar de forma racional devido a fragilidade emocional que se torna uma ameaça ao equilíbrio psíquico. A psicoterapia além de possibilitar o enfrentamento das etapas da separação ou divórcio, auxilia o paciente a lidar melhor com os estressores envolvidos através dos processos de elaboração, aceitação e re-significações. A elaboração é necessária para que o luto possa ser vivenciado de uma forma mais adaptativa, portanto é saudável que o paciente possa se conectar com sua dor, para que suas emoções e sentimentos possam ser avaliados, adaptados e futuramente transformados. A aceitação é o segundo momento, após a elaboração, que permite ao paciente pensar de forma mais racional. É o momento em que serão avaliadas as forças pessoais, capacidades e recursos disponíveis para o enfrentamento. A re-significação é o momento em que o paciente já está com a esperança instalada no futuro e nas possibilidades de superação. O desfecho desta crise é uma elaboração progressiva A percepção de que os estressores são desafios manejáveis, auxilia no enfrentamento da crise, desta forma, o paciente é incentivado a pensar em suas conquistas de desempenho para que seu senso de auto eficácia possa ser reforçado. Acreditar no senso de auto eficácia, proporciona ao paciente um contexto seguro para as necessárias mudanças, construções, ajustes e amadurecimento para a superação desta etapa.

Separação conjugal e filhos pequenos


Geralmente os filhos pequenos são inicialmente diretamente afetados quando da separação dos pais. Apesar do impacto causado pela separação , a criança tem mais chances de desenvolver um psiquismo saudável, em um ambiente seguro, livre de tensões, discussões, desentendimentos e desavenças. Portanto, o processo de separação quando bem manejado e ajustado é a melhor alternativa tanto para os filhos como para os conjuges, quando não há mais possibilidades de manter um casamento. É de extrema importância que os pais, mesmo separados, possam auxiliar seus filhos neste processo de separação tão ameaçador para uma criança. São diferentes as dificuldades pelas quais os filhos passam tais como: lidar com a saída do pai ou da mãe, adaptações necessárias em virtude das mudanças ( residência, rotina, padrão de vida, etc ) e ainda a percepção em relação à luta dos pais contra sentimentos de culpa, raiva, frustração, fracasso e ansiedade. Esta luta entre o casal dificulta a disponibilidade afetiva aos filhos,  impedindo ainda a existência de um ambiente estabilizador e continente. A criança acaba desenvolvendo sintomas de desamparo, culpa, confusão, raiva, entre outros. Sem dúvida é um processo que não é superado da noite para o dia, nem por nenhuma das partes, porém, através de alguns ajustes necessários e manejos, é possível o enfrentamento para a superação progressiva, com menos prejuízos e danos. O processo inicial é o mais delicado e certamente exige mais de cada um dos membros, mesmo quando parece ser algo impossível de ajuste e manejo. Em virtude da fragilidade emocional é comum o sofrimento  em ambos os cônjuges sofram. Geralmente aquele que fica com a guarda das crianças, sente-se sobrecarregado e com muitas responsabilidades para administrar e dar conta em um só momento. É importante que a rede de apoio possa ser ampliada, através da família, amigos e outras pessoas que possam ajudar no cuidado com os filhos. Para o cônjuge que sai de casa, as dificuldades podem  estar relacionadas a sentimentos de perda,  falta de continuidade, culpa, confusão, distanciamento dos filhos e nova moradia. No caso de filhos ainda bebês é importante atentar ao fato da necessidade da continuidade na relação, para que o vínculo possa ser estabelecido. O vínculo se desenvolve na medida em que o progenitor participa e compartilha da rotina diária e dos cuidados da criança.  Muitos homens consideram-se inadequados para o papel de cuidador, principalmente quando deixaram para  a mãe esta tarefa da criação dos filhos e desta forma, se distanciam do relacionamento.  O perigo desta fase corresponde à possibilidade do pai perder  o contato com os filhos e a mãe desenvolver uma relação de intenso apego com estes, não permitindo espaço ao mesmo. A psicoterapia pode auxiliar os cônjuges na redefinição dos vínculos que devem ser transformados , possibilitando aos mesmos o reconhecimento de que um relacionamento de co paternidade beneficiará a eles e aos filhos, bem como na superação da crise provocada pela separação conjugal. É importante ressaltar que os filhos sofrem, independente da idade e do estágio que se encontram. Quando maiores, ou seja,  na idade pré escolar, já são suficientemente crescidos para perceberem o que está acontecendo, porém, ainda inexiste a  adequada capacidade emocional para lidarem com o rompimento. São crianças que desenvolvem sentimentos de pesar, abandono, tristeza, saudade e culpa, porém ao mesmo tempo, conservam fantasias de reconciliação. Cabe salientar a importância dos ajustes e manejos estabilizadores, para que a criança possa se sentir amada e segura, portanto, ficam as seguintes dicas:
- Os pais devem conversar com seus filhos sobre a separação conjugal, procurando transparecer certa naturalidade, para que a situação não seja entendida pela criança como algo ameaçador e catastrófico;
- Visando uma melhor adaptação à situação, é importante que os pais possam preparar seus filhos para todas as mudanças decorrente do processo;
- Possibilitar que os filhos possam de alguma forma manifestar suas emoções, seja através de reviver a situação através de histórias,  desenho, jogos ou brincadeiras. Isso é importante para o processo de elaboração e aceitação.
 - É importante que os filhos possam ter um plano bem definido de visitação e contato com o pai ou a mãe que saiu de casa. Esta definição estabiliza e organiza as fantasias da criança de abandono e desamparo, proporcionando condições favoráveis a percepção de que ainda é amada e protegida.
- É importante que os pais possam separar os sentimentos do casal e ter em mente que independente da fragilidade e da culpa, os limites e regras na educação dos filhos são essenciais para um ambiente organizador e seguro. Em virtude da limitação da disponibilidade afetiva em momentos de crise, os pais acabam compensando a relação com os filhos, através do “ afrouxamento” das regras e limites. 
- Evitar situações de conflito e discórdia na frente das crianças. Discussões favorecem a desorganização emocional  contribuindo para que a criança seja ainda mais reativa perante a situação.

O universo da criança pré escolar




Do ponto de vista psicológico e desenvolvimental a criança na idade pré escolar, apresenta notável progresso em relação às habilidades motoras, linguagem e funcionamento cognitivo. Nesta fase a criança já é capaz de perceber o quanto é diferente do outro e manifestar de forma evidente e clara suas características pessoais em relação as preferências, atitudes, formas de pensar e sentir. Estabelece seu próprio estilo de relacionar-se com o meio e adaptar-se ao mesmo, adquirindo novas características que contribuem para a formação de sua personaliade. É uma etapa caracterizada por diferentes motivações e ansiedades relacionadas às  descobertas, curiosidades e identificação sexual.

Comportamento Dependente
É comum a criança manifestar formas de comportamento dependente, buscando atenção, ajuda, reconhecimento, aprovação, confiança, afeto e apoio, neste caso, quando estas necessidades básicas não são supridas, há grandes possibilidades de um amadurecimento precoce. O amadurecimento precoce é o recurso que a criança encontra para lidar com os “vázios” não preenchidos por suas necessidades básicas, conflitos e traumas não elaborados e resolvidos. Ambientes ansiogênicos , o isolamento social e a falta de incentivo à autonomia ( dentro dos limites previstos ), contribuem de forma significativa para o comportamento de dependência por parte da criança. Entre as tarefas comportamentais, espera-se que a criança na idade pré escolar tenha uma certa confiança  e capacidade de vestir-se, cuidar de sua higiene, resolver problemas menores sem ajuda, iniciar e completar algumas atividades e ser capaz de brincar sozinha sem supervisão constante. Se a mão for carinhosa, receptiva e protetora ao encorajar a independência e autonomia, seu filho estará motivado a ser mais auto confiante, diminuindo comportamentos excessivamente dependentes.
O desejo de solucionar problemas e a construção de habilidades e capacitações, pode-se desenvolver cedo, em consequência de reforços e encorajamento dos pais, aos esforços feitos pela criança para ser independente. As crianças altamente motivadas para realizações intelectuais copiam frequentemente os adultos em seus jogos e são possivelmente aceitas como líderes pelas demais crianças. A forte motivação para a realização tende a ser contínua, desde o período de pré escolaridade até a adolescência e a idade adulta.

Medo e Ansiedade
Nesta fase é comum a criança deparar-se com frustrações , imprevisibilidade dos eventos, dúvidas, novas situações e experiências, portanto, um certo nível de ansiedade é absolutamente compreensível e esperado.  As fantasias da perda do amor dos pais e da proteção que suas figuras representam é um outro fator que contribui para o aumento da ansiedade.  Sendo muito ligadas afetivamente aos pais, muits crianças tornam-se ansiosas frente à possibilidade de perder o amor dos mesmos, em virtude de diferentes razões tais como: a chegada de um irmãozinho, separação dos pais, viagens longas ( pais ) e ainda a  rejeição real ou imaginária. Outros aspectos que estão diretamente relacionados à intensa e excessiva ansiedade na criança, são as constantes restrições, punições e a alta exigência dos pais em impor  padrões de comportamento incompativeis com a idade, ocasionando  sucessivas avaliações negativas.
Os  medos também são comuns nesta fase, sendo fontes de ansiedade. Alguns servem a uma função “ auto preservativa” e implicam em respostas defensivas e efetivas de evitamento. O medo passa a ser um sintoma e exige atenção, quando as reações são frequentes, prolongadas e intensas, tais como: choro, retraimento, afastamento, submissão, tremores e pânico.  Para que a criança atinja um ajustamento emocional adequado, muitas destas respostas que antes ocorriam frente a estímulos eliciadores de medo, devem ser substituídos por reações maduras e dotadas de um propósito. A criança deve ser encorajada á enfrentar seus medos, buscado testar reações mais adaptativas e cabe aos pais este auxilio, através de muito diálogo, re significações e  técnicas comportamentais específicas.  Há ainda uma forte tendência da criança em adotar os medos de seus pais, seja  por meio da aprendizagem observacional ou pelo processo de identificação.

Agressividade
As diferentes formas e quantidade de agressão que uma criança exibe, dependem primariamente de suas experiências sociais, incluindoos reforços recebidos por esse comportamento, observação e imitação de modelos agressivos, o grau de ansiedade ou culpa associado à expressão agressiva. A frustração produz frequentemente um aumento da agressão, mas as crianças diferem muito quanto à habilidade em termos de tolerância e quanto à intensidade de suas reçaões. A agressividade é uma característica razoavelmente estável: meninos altamente agressivos durante o período escolar também são mais passíveis de serem muito agressivos na adolescência e na vida adulta.
Outras crianças da mesma idade, também são fontes frequentes de reforçamento para o comportamento agressivo e muitas crianças tornam-se mais agressivas em consequência da frequência ao maternal e à prê escola. O uso da punição física perante o comportamento agressivo pode de fato, aumentar a agressão ao invés de inibi-la .

O processo de identificação
A identificação, conceito derivado da psicanálise de Freud, refere-se ao processo que leva a criança a pensar, a sentir e a comportar-se como se as características de uma outra pessoa , normalmente um dos pais, lhe pertencesssem. A identificação com os pais é necessária, sendo uma fonte muito importante de segurança para a criança pré escolar. Através da identificação, a criança efetivamente incorpora a si o poder e a adequação do pai ou da mãe. Por outro lado, a crainça identificada com um modelo negativo, sente-se menos segura e mais ansiosa. A maioria das crianças sente que seus pais têm numerosas características, habilidades e privilégios desejáveis. São fortes e poderosos, dotados de habilidades e de acesso a prazeres que a criança inveja. Além disso, controlam objetivos e situações desejáveis e importantes. Com base no entendimento psicanálitico, o complexo de édipo também proporciona um processo de identificação, geramente com o progenitor do mesmo sexo, em virtude da conquista do progenitor do sexo oposto.
O processo de identificação possibilita ainda a adoção de comportamentos , valores, atitudes e interesses geralmente considerados apropriados ao papel masculino e feminino, na cultura a qual pertence a criança, bem como a internalização dos padrões de comportamento moral. Estes aspectos derivados do processo identificatório contribuem para a organização psicológica da criança.
Por volta dos 5 anos de idade, as crianças estão inteiramente cientes dos interesses e comportamentos apropriados ao seu sexo, em relação às suas preferências ( modo de se vestir, brinquedos,  brincadeiras, programas, etc ).
O grau em que uma criança adota o comportamento dos pais é uma função do afeto e dos cuidados parentais, de sua competência e poder. Se os pais não posssuírem tais características, anão haverá identificação positiva. A situação ideal à adoção de uma identidade sexual satisfatória e adaptativa seria aquela na qual o pai de mesmo sexo é visto como afetuoso e dotado de características desejáveis e ambos os pais reforçam consistentemente as evidências de uma identificação apropriada com o pai do mesmo sexo.

Controle ou Permissividade em relação a criação dos filhos?
Os lares onde o controle é intenso produzem crianças que manifestam relativamente pouco negativismo , desobidiência, espontaneidade ou medo.
Crianças que convivem em ambientes familiares democráticos tendem a ser ativas, competitivas, expansivas, agressivas, curiosas e não conformistas.
Crianças maduras, competentes e independentes têm pais altamente consistentes , calorosos, amorosos e seguros. Estes pais respeitam a independência da criança, mas mantêm-se firmes em suas próprias posições, dando justificativas claras e explícitas de suas decisões. O controle parental competente , uma combinação de muito controle e encorajamento positivo dos esforços em direção à autonomia e independência da criança, conduz ao desenvolvimento da maturidade e  do senso de competência, bem como do auto controle da exploração e de uma expansividade socialmente orientada.

Descoberta da sexualidade : Fase Fálica
O termo fase fálica compreende o entendimento do desenvolvimento psico sexual de acordo com a visão psicanalítica. Trata-se de uma fase evolutiva da sexualidade situada entre os 3 e os 6 anos, que se caracteriza pela descoberta da sexualidade e do interesse pelo sexo oposto que inicia através do Complexo de Édipo. O menino elege a mãe como namorada e a menina elege o pai como parceiro ideal. As crianças de sexo posto, quando brincam juntas se dão conta de que seus órgãos genitais são diferentes e isso desperta curiosidade. Possibilitar que a criança entenda as diferenças sem traumas ou proibições é o mais saudável, de modo que a situação seja encarada com muita naturalidade por parte dos pais. É bem comum pânico por parte dos pais , principalmente quando há dificuldades por parte dos mesmos em lidar com o assunto sexualidade. É uma fase relacionada à descobertas, sedução, poder e disputa. O desfecho final desta fase, pode resultar na formação de traços importantes na personalidade da criança.
Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual” e intelectual natural for reprimida e castigada a criança poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.

 Complexo de Édipo
O complexo de Édipo é um conceito fundamental para a teoria psicanalítica. Caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade em relação aos pais e no processo de identificação com os mesmos, cujo desfecho da fase pode ser negativo ou positivo.  Segundo a teoria, relação que existe nesta tríade é a essência da conflitiva do ser humano.  Na identificação positiva, o menino identifica-se com o pai e a menina com a mãe. O menino tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo  hostiliza por ciúmes da mãe. A menina é hostil com a mãe por ciúmes do pai, ao mesmo tempo em que  busca parecer-se com ela para competir e disputar o amor do mesmo. Na identificação negativa, o processo identificatório ocorre com a figura do sexo oposto, podendo interferir em questões relaciondas a identidade sexual.
A idéia central do conceito de complexo de Édipo, inicia-se na ilusão de que o bebê tem de possuir proteção e amor total, reforçado pelos cuidados intensivos que o recém nascido recebe pela sua condição frágil. Esta protecção está relacionada, de maneira mais significativa, com a figura materna. Em torno dos três anos, a criança começa a entrar em contato com algumas situações em que sofre interdições, facilmente exemplificadas pelas proibições que começam a acontecer nesta idade, além certas exigências. Neste momento, a criança começa a perceber que não é o centro do mundoe precisa se renunciar ao mundo organizado em que se encontra e também à sua ilusão de protecção e de amor materno exclusivo.  

Dicas para entender e auxilar a criança na idade pré escolar: 
  • A fase pré escolar, é a idade do “como” e do “porquê”. A criança é curiosa, pergunta e interessa-se por tudo. Pense que isso é exploração e esclareça os questionamentos usando explicações adequadas e apropriadas para a idade.
  • A criança é muito perceptiva e capta muitas coisas através da observação. Não pense que a criança não está entendendo , portanto,  cabe aos pais, familiares e educares, colaborar na construção de um ambiente saudável e equilibrado.
  • É comum a criança não aceitar as regras e os limites. A disciplina deve ser exercida sem culpa, com afeto, segurança,  persistência e pulso firme tanto por parte dos pais como dos educadores.
  • A criança é egocêntrica e resiste em aceitar que o mundo não gira apenas na sua volta, portanto, é normal a adoção de comportamentos que chamem atenção, os quais não devem ser reforçados por parte dos pais e educadores.
  • Trata-se de um período de inquietação constante, devido a energia e expansividade.  A criança precisa de atividades, brincadeiras, jogos e uma rotina organizada .
  • É necessário que os pais ajudem a criança a desenvolver a sua consciência, tendo em conta que tanto o excesso de protecção como as atitudes de afastamento podem prejudicar o seu desenvolvimento.  
  • As palavras são importantes, mas o seu valor é inferior ao exemplo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Adolescência



A adolescência é um período caracterizado pela busca de identidade e independência, contestações, rebeldia e mudanças. A busca pela identidade é a grande responsável pelo conhecido           “ processo de identificação”, aonde o adolescente busca identificar-se com seu grupo de amigos, colegas e ídolos.  O individuo deixou de ser criança, mas ainda não é um adulto.

Conflitos e Mudanças
As transformações  se resumem em mudanças corporais e emocionais, no aparecimento do interesse sexual e outros interesses envolvendo a esfera afetiva e social e ainda, novas formas de se relacionar consigo mesmo e com o mundo.As mudanças drásticas no corpo produzem sentimentos de rejeição, desconfiança e ansiedade. Os distúrbios alimentares são bem comuns, muitos engordam e outros quase não comem por estarem dependentes da imagem corporal. Os namoros e as paixões avassaladoras geram dúvidas e frustrações sendo  vínculos sempre imaturos e conflituosos. Na relação com os pais, há uma importante mudança que exige o afastamento por parte do filho adolescente, que “ abandona” seus pais da infância, buscando consolidar sua independência  através da identificação grupal. Consolidada sua independência e identificação, o adolescente retorna à família, estabelecendo uma nova relação com os pais. O acolhimento, a compreensão e o afeto por parte dos  pais é de extrema importância neste processo. Cabe salientar que amar , compreender e acolher não significa ausência de regras e limites. É possível amar, acolher e compreender exercendo a devida autoridade. Os conflitos surgem, quando as mudanças se tornam bem evidentes, podendo ocorrer de forma brusca, a partir de algum episódio específico . Muitas vezes a família leva um choque , não entendendo exatamente o que está acontecendo. As mudanças provocam reações diferentes na família que fica sem saber o que permitir , o que proibir, como orientar e ainda como desenvolver uma comunicação saudável e educativa.

A rebeldia
A rebeldia por parte do adolescente, pode ser uma reação à dificuldade do adulto em lidar com esta nova fase , falta de compreensão, apoio e esclarecimentos relacionados às modificações. Quando a família apresenta muita dificuldade em aceitar as mudanças e poucas condições de estabelecer uma relação de colaboração e confiança, a probabilidade de rebeldia por parte do adolescente pode aumentar. Os pais, antes idealizados e supervalorizados, passam a ser alvo de críticas e questionamentos.A rebeldia pode corresponder à desafios, oposição, isolamento, agressividade, mal humor, insatisfação, contestações, entre outros. Uma certa dose de rebeldia é saudável, deve ser aceita e entendida como uma característica normal e necessária da adolescência. As contestações são tentativas por parte do adolescente, para o estabelecimento da comunicação e visam o caminho para o alcance da sua maturidade. São consideradas recursos que o adolescente utiliza como defesa a favor do seu amadurecimento. A contestação deixa de ser saudável e normal, quando se torna uma rebeldia crônica, capaz de interferir seriamente na rotina do adolescente, causando danos , desordens e rompendo com todas os canais de comcação com a família.
Depressão na adolescência
É importante que a família esteja atenta para sintomas de depressão. Estes sintomas diferem de estados normais da adolescência e são medidos de acordo com a freqüência, duração, gravidade e grau de comprometimento  da rotina. A depressão pode interferir negativamente nesta fase de transição, ocasionando sentimentos intensos de tristeza, irritabilidade, raiva e desesperança. O comportamento é afetado devido à perda de interesse pelas atividades e também pelas pessoas. O adolescente pode tornar-se agressivo e buscar o isolamento social, limitando sua convivência a um número bem reduzido de pessoas. Pode ainda, apresentar sentimentos de baixa auto-estima e sensibilidade a criticas, decepções e frustrações. O efeito da depressão no adolescente pode comprometer o rendimento escolar e favorecer  comportamentos de fuga, risco e ao uso de substâncias ilícitas ( drogas ).  Enquanto algumas dores são necessárias nas etapas de crescimento, grandes e dramáticas mudanças de personalidade, humor e comportamento , são sinais de um problema grave, que merece atenção especial.

Como os pais e a família podem ajudar
1) Diálogo: Manter sempre o diálogo aberto, mesmo quando os filhos ainda são crianças, favorecendo desta forma , uma relação segura e de confiança.
2)   Atenção: Atentar não só aos conflitos externos mais visíveis e sim aos internos, através dos sintomas expressados pelo adolescente. Muitas vezes o adolescente sofre em silêncio e este sofrimento passa despercebido pela família.
3)   Participação: Participação e envolvimento por parte dos pais na rotina dos filhos e seus interesses, favorecendo o vínculo afetivo e o senso de união.
4)   Limites: Os limites e as regras são importantes em qualquer etapa. Conforme os filhos crescem, novas combinações vão sendo feitas. Os pais devem ser firmes, mas justos, procurando respeitar o grau de maturidade e responsabilidade de seus filhos.
5)   Independência: É importante que os pais possam auxilliar e incentivar o processo de independência buscado pelo filho adolescente, cedendo um espaço seguro, para que o mesmo possa desenvolver sua autonomia. O apoio, a orientação e o afeto são ferramentas importantes nesta construção. A família quando bem estruturada representa  porto seguro para aonde o adolescente se reporta quando sente necessidade.
6)   Afeto: O afeto é um dos mais importantes aliados na tarefa de educar. Quando o individuo sente-se verdadeiramente amado e aceito, sua auto estima é fortalecida favorecendo sentimentos de segurança e auto confiança, necessários para o enfrentamento das adversidades.
7)   Apoio Psicológico: Em alguns casos o apoio psicológico é útil para melhorar a capacidade do adolescente lidar com as situações, evitar formação de traumas e o surgimento vícios e desvios de personalidade. Cabe salientar que a psicoterapia com adolescentes envolve a participação e a colaboração da família.

Terapia de Casal





Muitos casais em algum momento da relação conjugal buscam a terapia de casal como uma tentativa para lidar melhor com conflitos que surgem no casamento. Os conflitos podem estar relacionados à insatisfação, infelicidade, desentendimento, ausência de comunicação, pensamentos de separação, fracasso nas tentativas de reaproximação, segredo familiar, incompatibilidade, entre outras razões. Independente do motivo pela procura, a terapia tem como tarefa, auxiliar o casal a identificar os motivos que geram os desajustes e conflitos na relação conjugal.  O casal por si só, nem sempre consegue descobrir e analisar a causa dos atritos e superá-los, razão esta que acaba por despertar nos cônjuges sentimentos relacionados à incompetência e impotência.
Em uma relação saudável, espera-se que o casal sinta um pelo outro, amor e atração sexual, além da comunicação, confiança , companheirismo, tolerância, capacidade para  resolução de problemas e respeito às diferenças individuais. É importante que cada um possa se responsabilizar por seus pensamentos, sentimentos e comportamentos, sem esperar do outro a solução para seus conflitos , como por exemplo, esperar do outro que “cure” sua carência e preencha seus “vazios”. É comum a fantasia de completude e muitas pessoas se casam com a expectativa de que o outro irá suprir e/ou satisfazer todas as suas necessidades. Esta fantasia é responsável pelas frustrações que tanto atrapalham a relação conjugal, gerando brigas e desentendimentos contínuos. No casamento, as pessoas não mudam, na verdade elas são projetadas pelo outro e freqüentemente idealizadas. Com a convivência, o casal passa a se conhecer melhor e as expectativas são frustradas. O ideal inexiste.  
A terapia de casal não é uma fórmula mágica para salvar o casamento, porém, é um espaço que facilita o diálogo e  oportuniza o casal a reconstruir, ressignificar, rever a vida a dois,  olhar para si , descobrir novas possibilidades de ação, repensar em suas atitudes e dificuldades, para que possam enfrentar os sentimentos que julgam difíceis de lidar.  A terapia de casal não tem como objetivo evitar o divórcio e sim melhorar o relacionamento em nível de satisfação e entendimento. No entanto, nada impede que o casal chegue à conclusão de que ambos serão mais felizes separados. Neste caso, a terapia  auxilia os cônjuges a enfrentarem a situação de forma menos traumática.
É bem comum que na terapia de casal, o terapeuta busca conhecer a vida dos  cônjuges, suas escolhas amorosas e as perspectivas de cada um , que levaram ao casamento ( o que esperavam e o que buscavam um no outro ). É de extrema relevância o entendimento acerca das histórias passadas de cada cônjuge, em especial, a dinâmica e o ciclo de vida familiar. Entende-se por ciclo de vida familiar, os diferentes estágios previstos, separados por transições ( mudanças ) pelos quais a família passa, ao longo do tempo. Desta forma é importante incluir no entendimento as seguintes questões:
 - Contexto e estrutura familiar
- Como era o lar de onde vieram
- Como eram os papéis exercidos pelos membros da família
- Como eram as posições ocupadas por cada membro da família
- Quais crenças e regras foram levadas para o casamento
- Quais crenças e regras foram deixadas na família de origem
- Quais crenças e regras foram construídas na nova família
- Como era o relacionamento com os pais e o que tem se semelhante na relação conjugal
- O que se repete na relação conjugal que acontecia na família
Uma das transições do ciclo de vida familiar é a  fase quando o jovem adulto sai de casa.  Quanto mais satisfatória for esta transição do ponto de vista emocional, ou seja, do jovem adulto conseguir se diferenciar de forma saudável da família de origem, melhores serão as chances para o enfrentamento e criação de uma nova família a partir do casamento. No casamento é necessário que os cônjuges façam escolhas emocionais a partir do que será levado da família, o que será deixado para trás e o que será construído. O casamento tende a ser erroneamente compreendido como uma união de dois indivíduos, porém o que realmente ocorre é a modificação de duas famílias e o desenvolvimento de uma terceira, com direito a novas crenças, regras  e novos padrões de comunicação e relacionamento.
O importante é perceber que qual seja o estágio em que o casal se encontre , a relação  sempre será desafiada quanto à flexibilidade, ajustes , adaptações e construções , permitindo desta forma, que os conjuges possam  percorrer o ciclo de forma mais adequada e saudável.

Família: Resolvendo os problemas juntos



A terapia familiar, baseia-se na crença de que os problemas frequentemente resultam daquilo que está ocorrendo nos relacionamentos. Os problemas familiares não são responsabilidade de apenas uma pessoa.
As vezes, o que parece ser um problema individual, pode ser o sinal de que toda a família está com dificuldades. O envolvimento da família no processo terapêutico, pode ser útil em diferentes situações quando:


■Um membro da família apresenta dificuldades no relacionamento familiar;
■Uma criança ou adolescente apresenta problemas de ordem comportamental ou emocional;
■Os pais precisam de orientações no manejo com seus filhos;
■A família está desorganizada e seus membros afetados;
■Não existe regras e limites no contexto familiar
■Existe dificuldades na comunicação, afastamento entre os membros e ausência de afeto;
■Separação do casal;
■Luto;
■Dependência química;
■Doença grave;
■Segredo familiar;
■Mudanças;
■Desentendimentos, agressões e mágoas.


Em alguns casos a necessidade de tratamento famíliar parece óbvia ou seja, quando todos na família estão sofrendo ou quando toda a família está diretamente envolvida no problema. Entretanto, é mais comum que os sintomas e problemas sejam concentrados em apenas uma pessoa. Quando este é o caso, a família geralmente fica prerplexa quando é chamada , sendo comum a resistência ou recusa para participar das sessões. A necessidade do envolvimento da família no processo terapêutico, não significa que a mesma deverá participar de todas as sessões semanais. Na medida em que o tratamento progride, as pessoas podem ser atendidas em diferentes formatos. Os pais podem ser atendidos sem os filhos, os irmãos podem ser atendidos jntos, ou um dos filhos pode ser atendido com apenas um dos pais, entre outras combinações. Durante o período em que a família está envolvida no processo terapêutico, os membros aprendem a :
■Se sentir mais bem sucedidos como grupo e melhor em relação a si mesmos como indivíduos;
■Se comunicar mais efetivamente dentro e fora do sistema famíliar;
■Ser capazes de se apoiar mutuamente quando precisarem;
■Aprendem a manejar o estresse e sentimentos aversivos construtivamente;
O trabalho com a família é bem sucedido e se encaminha para o término quando:
■Os problemas ou sintomas que levaram ao tratamento desaparecem ou são amenizados;
■Os membros da família adquirem confiança na sua capacidade de utilizar os próprios recursos para enfrentamento de situações e resolução de problemas;
■Os membros da família se sentem mais à vontade uns com os outros;
■A família consegue se comunicar de forma positiva e efetiva, sem ajuda terapêutica;
■Os membros da família compreendem seus padrões de comportamento em relação aos outros. Isso inclui saber como os pensamentos e sentimentos são expressos e evitados, como os comportamentos desejados são obtidos e como os não desejados são mantidos e reforçados.
■Os membros da família percebem quais comportamentos são úteis e quais impedem que eles se entendam e tenham prazer com a conviência familiar.
■Os membros da família percebem suas forças e recursos, tornando-se mais capazes de desenvolver novas estratégias para resolução das diferenças.
■Terapeuta e a família concordam com o término do processo.